Somos o 1.º C, a nossa sala é a 11 e o nosso Professor é o Prof. Nuno.

Somos 11 meninas e 8 meninos e queremos muito aprender...

Turma do 1.º C

Turma do 1.º C
"Quando me aproximo de uma criança, dois pensamentos me ocorrem: sensibilidade pelo que ela é; respeito pelo que pode vir a ser." Louis Pasteur

domingo, 5 de dezembro de 2010

Ensino/aprendizagem um processo complexo e exigente para alunos, pais, professores, comunidade, etc...

O 1.º ano de escolaridade marca a etapa, quanto a mim, mais crucial do processo de desenvolvimento de uma criança enquanto aluno, pois é nesta fase que se aprendem regras, aprendem a ser responsáveis, têm responsabilidades e são chamadas, pela primeira vez, a dar uma resposta eficaz às exigências impostas pela escola, pelo currículo, pelas matérias, pela sociedade, etc...

Desta forma, é fundamental que se crie na sala de aula um ambiente acolhedor, integrante e integrador, em que as crianças se sintam bem, plenas e com motivação de partilhar, expor, dividir, respeitar, ouvir, concordar ou não concordar, reflectir, criticar e reconstruir (as suas ideias ou ajudar a reformular a dos outros)...

Este processo está longe de ser fácil e pacífico, pelo menos para agentes sérios da educação e para pais que vivem a educação dos filhos, pois estas pessoas sabem que cada criança é uma criança, tem as suas vivências, experiências, angústias, expectativas, educação, acompanhamento, etc... Contudo, lá está o professor para tentar tornar este processo mais 'leve', criando estratégias, actividades e aplicando metodologias que levem a que cada criança, num grupo de 20 ou 25, não se sinta excluída, atrasada, angustiada, frustrada, desmotivada, etc... No entanto, nem sempre consegue 'chegar' a todas as crianças, no tempo desejado, pois por diversas situações, pessoais, intelectuais, metodológicas, etc... os alunos são diferentes e como tal reagem com imprevisibilidade. 

A regra básica é nunca tentarmos comparar alunos entre si, apesar do currículo e do programa o fazerem (chegam ali, têm desta nota, não chegam, têm aquela), se fosse assim o meu papel como professor do 1.º Ciclo estaria enormemente facilitado. 

Esta situação pode ser facilmente percebida por pais de mais do que uma criança, pois apesar de serem filhos dos mesmos pais, terem nascido mais ou menos nas mesmas condições, têm características, formas de ser, personalidades, interesses, etc. Completamente diferentes (como é que este é assim, e aquele é daquela maneira?). Se forem mais do que dois, as diferenças ainda serão maiores. Eu tenho 19 alunos.

Assim gostaria de deixar este tema aberto a discussão neste blog, agradeço que deixem opiniões, pois apesar de ser um tema complexo, gostaria de ter alguns pontos de vista... Coloco duas questões, que me preocupam no momento, podem ser levantadas outras…

Relação professor- aluno segundo Vygotsky e segundo Piaget

A metodologia base aplicada na sala de aula tem por base o método analítico sintético, aplicando algumas linhas da escola moderna. 

Tenho sempre como objectivo que os alunos apliquem o seu conhecimento recorrendo, sempre que possível, ao lúdico, à experimentação, discussão, análise crítica, reformulação, apresentação de resultados, debates, etc.

Não sou apologista de estar sempre a fazer ‘fichas’, especialmente na sala de aula, pois acredito que estas limitam e restringem o aluno, está tudo feito, apenas têm que preencher (prefiro uma folha de caderno com os seus desenhos e com as suas produções.), apesar disso acredito que será importante fazer fichas em determinados momentos, especialmente porque sei que ao longo das suas vidas terão mais possibilidade de que seja assim do que da outra maneira. 

Neste momento, 90% da turma encontra-se a desenvolver as competências previstas para o 1.º ano de escolaridade, há alunos a ler, a escrever frases, já calculam e resolvem situações problemáticas de forma crítica, são capazes de se expor e apresentar as suas produções e criticar (algumas situações estão expostas neste blog), contudo, 10% não estão neste patamar.

1.      Quando a criança não leva a cabo as propostas pedidas, está distraído, fala com o colega ou simplesmente está distraído 'consigo próprio', o que faz o professor?  

R: Eu, 1.º altero a metodologia, mudo o aluno de lugar, mudo a disposição da sala. Se não resulta, informo o Encarregado de Educação, exponho a situação e tento solucionar a questão através do diálogo entre todas as partes e tento perceber a motivação para a escola e para as aprendizagens. Se a resposta é que o aluno tem e teve sempre um desenvolvimento normal, em casa tem e teve sempre o acompanhamento devido, nunca foi referenciado por nenhum educador como apresentando esse 'problema', aí pressuponho, à partida, que poderá ser uma questão de desenvolvimento (imaturidade, infantilidade), mas não há muito mais a fazer,  nesse momento, pois aquele problema só está presente na sala de aula e com a realização das tarefas (segundo o Encarregado de Educação). Terei que continuar a tentar arranjar maneira que o aluno faça alguma coisa, por pouco que seja...

2.      E se após várias tentativas, mudanças, novas estratégias, apelando ao lúdico, ao prático, etc. o aluno continua sem desenvolver as tarefas, o que fazer? Terá o professor forma de 'obrigar' o aluno a fazer as tarefas?

Eu não tenho forma de 'obrigar' um aluno a fazer uma tarefa se ele não quiser...

Recomendo a leitura...


Agradeço comentários...

9 comentários:

  1. Relativamente à preocupação exposta, o objectivo seria fazer ver ao aluno que existe uma altura própria para brincar e outra para trabalhar. Penso que uma boa abordagem, seria retirar-lhe os tempos que normalmente utiliza para recreio, como os intervalos das aulas ou o final do dia. Utilizar os tempos dos intervalos para realizar as tarefas que não foram efectuadas nos tempos lectivos ou (se realmente há apoio familiar) enviar como "trabalho de casa" o que não se efectuou durante o dia na sala de aula.
    De qq forma, a situação teria de ser resolvida rapidamente pois é prejudicial para o próprio e para os outros.

    Rui Azevedo

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  2. São retirados os tempos de recreio, mas as tarefas continuam por fazer... e agora?

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  3. Diferentes abordagens consoante o problema. Tentando adivinhar o ambiente e o que se passa, vejo (entre outros) dois problemas possíveis: preguiça ou incapacidade.
    No caso de ser preguiça, aplicar a mesma receita em casa... Ou seja, não há tempos de lazer enquanto não se fizerem as tarefas. Isto é feito?
    Havendo uma abordagem simultânea casa / escola mais cedo ou mais tarde haverá resultados. Não há televisão, não há brinquedos, não há saídas, etc.
    Se o problema for incapacidade, seria melhor efectuar um despiste médico/psicológico (ex: dificuldades de raciocínio, problemas de visão ou audição, etc).
    Havendo o apoio dos pais, qualquer uma destas medidas seria possível de implementar mas se não houver o apoio dos pais... o problema é mais difícil de ultrapassar.

    Não sei se ajuda :-))

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  4. O problema é quando a 'casa' nem sempre está na mesma linha da escola e deduz que o tempo que a criança passa na escola (a mais, muitas vezes), complementado ainda por ATL chega para que o processo ensino/aprendizagem seja suficiente.

    15 a 20 minutos por dia de acompanhamento aos nossos filhos, dados por nós, nesta 1.ª etapa crucial serão fundamentais para limar, aperfeiçoar e consolidar comptetencias.

    Para além disso, é fundamental que a autoridade da escola e do professor nunca seja posta em causa (não faças..., ele é 'maluco'..., vais agora fazer isto..., etc.), pois se são os pais a dizer para não fazer, que autoridade terá o professor para o 'obrigar'?

    Quanto a uma eventual abordagem a nível clínico, será necessário primeiro admitir e despistar todas as outras causas e depois assumir um hipotético problema...

    Agradeço comentário.

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  5. Bem, se efectivamente não existe o apoio em casa, o processo é bastante mais complicado e provavelmente condenado ao insucesso.
    O problema além de afectar os próprios irá também afectar de alguma forma os restantes alunos.

    Sugiro envolver a escola como um todo (direcção inclusive) e tentar junto dos pais alertá-los para as consequências futuras no desenvolvimento da criança, etc, etc. Pelo que percebo, isto não irá ajudar muito mas pelo menos para si, terá as "costas mais quentes" durante este processo e será o primeiro sinal de alerta a sério para os pais. Permitirá também perceber se o problema é com o professor, com os amigos, com a escola ou se simplesmente é puro desinteresse dos encarregados de educação.

    Um dos métodos que se poderá utilizar é o de "confundir" a criança, i.e., colocá-la por exemplo em modo de rotação pelas diferentes turmas. O desconforto aumenta e não existe a tentação de criar vícios com o professor pois a rotatividade irá colocá-la todos os dias perante situações diferentes e formas diferentes de as abordar.
    Nesta fase o mais importante não será o nível de aprendizagem mas sim despertar o interesse e a curiosidade pela mesma.

    Quando este processo esgotar, porque não considerar a hipótese de trocar de escola? Não sei se a lei o permite mas ai o desconforto aumenta tanto para o aluno como para os encarregados de educação... Normalmente estas situações são suficientes para acordar os enc. de educação.

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  6. Eu costumo dizer, ser professor de alunos que aprendem todos os conteúdos de forma 'normal' é muito fácil, digo mais, um bom aluno aprende com qualquer professor (poderíamos discutir se o raciocínio, o espírito crítico, a criatividade, etc. foram devidamente estimuladas ou não), mas, de facto, ele aprende o que há para aprender e demonstra-os através da aplicação dos conhecimentos nas fichas (treino com modelos)que consegue ter boas notas (ainda não é avaliado o desenvolvimento global da criança).

    A grande questão, são aqueles alunos que têm dificuldades, que têm falta de acompanhamento, que não têm motivação, que não têm amor, que não têm comida, etc. Esses são o grande desafio, e, uma pequena conquista pode significar muito (para nós professores e, fundamentalmente, para esses alunos), alunos que por muitos seriam desacreditados, acentuando cada vez mais as suas faltas.

    Eu acredito que o verdadeiro professor é aquele que aprende com os seus alunos (todos os dias aprendo tanta coisa)...

    Gostava muito que também todos os pais pudessem e tivessem vontade de aprender e partilhar conhecimentos com os seus filhos, talvez aprendessem que o seu filho tem qualidades, defeitos, mas, perceberiam que ela é uma criança diferente do colega do lado ou do irmão mais novo ou mais velho e que jamais poderá ser alvo de comparações, pois o seu contexto não é igual em nada (a melhor escola é a escola dos pais).

    Deixo algumas frases, de um dos livros que li há já alguns anos, mas continua muito actual.

    "Um excelente educador não é um ser humano perfeito, mas alguém que tem serenidade para se esvaziar e sensibilidade para aprender." (p. 17)

    "Educar não é repetir palavras, é criar ideias, é encantar" (p. 35)

    "Uma das coisas mais importantes na educação é levar o filho a admirar o seu educador" (p. 38)

    "Educar é ser um artesão da personalidade, um poeta da inteligência, um semeador de ideias" (p. 57)

    "Todos erram: a maioria usa os erros para se destruir; a minoria, para se construir. Esses são os sábios" (p. 83)

    "Um educador deve valorizar mais a pessoa que erra que o erro da pessoa" (p. 85)

    "A pior maneira de preparar os jovens para a vida é colocá-los numa estufa e impedi-los de errar e sofrer" (p. 92)

    "Nunca coloque limites sem dar explicações" (p. 95)

    "Para educar, use primeiro o silêncio e depois as ideias" (p. 95)

    "Elogie o jovem antes de o corrigir ou castigar" (p. 95)

    "Não importa o tamanho dos obstáculos, mas o tamanho da motivação que temos para os superar (p. 101)

    "Quanto melhor for a qualidade da educação, menos importante será o papel da psiquiatria no terceiro milénio" (p. 117)

    In CURY, Augusto,Jorge; Pais Brilhantes, Professores Fascinantes – Como formar jovens felizes e inteligentes; Editora Pergaminho; 1ª Edição, Março 2004.

    Obrigado pelo comentário!

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  7. Só uma última ideia no sentido da motivação destas crianças: porque não dar-lhes tarefas muito fáceis de realizar e depois dar-lhes recompensas muito grandes? Ex: poder ir ao recreio, toda a sala a cantar uma música de apoio, notas positivas nos recados para casa, etc.
    Poderia ser uma maneira de tentar incutir-lhes a motivação que lhes falta.

    Quanto ao facto de "um bom aluno aprende com qualquer professor", é verdade. Mas um bom professor é outra loiça :-))

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  8. Tenho lido com atenção as vossas reflexões, comentários e sugestões.
    Não posso deixar de destacar a coragem que o Professor Nuno revelou ao expor as fragilidades deste tema tão complexo que é a educação e dos seus actores educativos (as suas angústias, dúvidas,avanços e recuos) e pedir comentários e sugestões aos pais.
    Não é fácil gerir uma turma, as diferentes sensibilidades, os diferentes graus de conhecimento e de motivação.
    Se houver alunos que estejam num "patamar inferior", o que deve ser feito? Quanto a mim devemos procurar individualizar, diversificar e envolver a família no processo de ensino-aprendizagem do seu educando. Penso que o Professor Nuno já experimentou tudo isto Qualquer E. E. minimamente atento e dialogante com o filho já percebeu que, desde o 1º momento em que as nossas crianças entraram na sala 11, já experimentaram diferentes formas de trabalho, já estiveram sentadas em diferentes lugares, já adquiriram conhecimentos por meio de técnicas e estratégias diversas e sempre motivadoras.
    Como alguém que conhece bem o meio, sei que não há receitas perfeitas e que, o que pode resultar com alguns, pode revelar-se desastroso com outros. É aí que a persistência, a sensibilidade e a criatividade do professor fazem a diferença.
    Quanto aos intervalos, como todas as outras estratégias, é algo que pode ser feito ocasionalmente, mas não devemos abusar porque os garotos precisam desse tempo para descontrair. Quando os meus colegas optam por essa "técnica" antes da minha aula, posso assegurar-vos que não tenho um grupo de alunos muito receptivo e disposto a trabalhar... Mas eu também já tentei técnicas mais "radicais", por exemplo, para evitar que um aluno abandone definitivamente a escola.
    Sabemos ser prática corrente em alguns colégios o "convidar a sair" com base nos fracos resultados ou comportamento impróprio, mas isto não é, de todo, praticável no Público porque esta é uma escola inclusiva a todos os níveis. Resta então a acção do professor (que persiste, por vezes até à exaustão) e ao envolvimento da família. Mas este último deve partir sempre de um ponto de grande respeito por aquilo que está a ser feito na escola e pela figura do Professor. Se isto não funcionar, se a escola não for valorizada ou se a imagem do professor for "beliscada" pela própria família, então será mesmo muito difícil recuperar essa criança porque, como ser inteligente que é, ela não vê qualquer sentido em esforçar-se ou respeitar alguém se os próprios pais não o fazem.O que é verdadeiramente trágico nisto tudo é que, ao adoptarmos esta atitude como pais, estamos a prejudicar seriamente os nossos filhos. Deixo aqui uma frase de um professor do meu pai que, não é bela como aquelas que o prof. apresentou, mas não deixa de ser dolorosamente verdadeira: "Estes miúdos serão, um dia, nossos ex-alunos mas eles nunca serão seus ex-filhos." Afinal, como pais o que queremos para os nossos filhos? É nisso que devemos pensar. Eu sei que, ao educar, pretendo ajudar a formar seres íntegros,cooperantes, motivados e autónomos.É exactamente aquilo que eu ambiciono para a minha filha. Então, vamos lá a meter "mãos à obra"! e não deixar esta tarefa só para a escola!

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  9. Espero que todas estas 'reflexões' sobre a NOSSA turma seja sentida, vivida e aplicada...

    Obrigado pelos comentários!

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Vamos dar musica ao lixo - 1.º Lugar

Ficamos em 1.º lugar no concurso - Vamos dar Música ao Lixo.

Já fomos para estúdio para gravar um cd.

Lá foi a nossa Carolina Brunheta...

Vamos dar Música ao Lixo

Sarau 2011 - 1 de Abril de 2011

O Pai da Mariana Azevedo filmou e enviou o vídeo.
Obrigado, assim todos podemos ver!

Sarau 2011

Ciclo da Água

Dia Mundial da Água - 22 de Março de 2011

Power Point - Dia Mundial da Floresta - 21 de Março 2011

Salve o Planeta...

História do n de Nuno narrada pelos alunos do 1.º C

Recolha de rolhas...

Cantar as Janeiras - Sr.ª Directora e Colegas...

Situação Problemática com embrulhos e presentes

Dia de S. Martinho na EB1/JI Porto Pinheiro

O vídeo sobre o Dia de S. Martinho não poderá ser exposto devido a nem todos os alunos terem autorização para serem publicadas imagens. Agradeço compreensão.

Votação árvore de Natal...

É com alguma 'tristeza' que verificamos que o regulamento do concurso não foi respeitado.

Regulamento do concurso ‘Sim, este ano o Natal é amarelo’:

"9. Classificações e Divulgação dos Resultados

9.1 Os 20 trabalhos (10 de cada escalão) que reunirem mais votos do público online serão, posteriormente, avaliados por um júri que seleccionará 3 vencedores, em cada escalão."


Nos 3 primeiros lugares ficaram escolas que não estavam nos 10 primeiros...


Já agora e segundo as nossas contas, ficamos em 8.º lugar no nosso escalão. Nada mau!


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